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Ex-executiva identifica potências e fortalece ações em comunidades

Andrea Gomides é fundadora e presidente do Instituto Ekloos e há 13 anos usa sua experiência para ajudar os mais vulneráveis

Virtz|Luciana Mastrorosa, do R7

Andrea Gomides deixou carreira promissora como executiva para dedicar-se a ações sociais
Andrea Gomides deixou carreira promissora como executiva para dedicar-se a ações sociais Andrea Gomides deixou carreira promissora como executiva para dedicar-se a ações sociais

Andrea Gomides, de 52 anos, é fundadora e presidente do Instituto Ekloos, considerado a maior aceleradora social do país. Dentre outros feitos, Andrea e seu time conseguiram arrecadar mais de R$ 22 milhões durante a pandemia do novo coronavírus, no ano passado, para ajudar dezenas de comunidades carentes no Rio de Janeiro. Só em 2020, o instituto trabalhou com 260 empreendedores sociais.

Mas se hoje a vida de Andrea é totalmente voltada para as causas sociais, sua realidade nem sempre foi assim. Ex-executiva, ela se dedicou por anos aos seus cargos em multinacionais, chegando a trabalhar até para Bill Gates. Porém, o próprio desenrolar de suas tarefas a levou, há 13 anos, a abraçar as ações sociais e mover seus esforços nesse sentido.

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Quando saiu do mercado corporativo, sua ideia, como contou em entrevista ao R7, não era apenas ajudar pessoas vulneráveis, mas sim identificar talentos e potências que já atuassem dentro de suas comunidades, e oferecer ferramentas para que pudessem se desenvolver e crescer dentro e fora de suas realidades. 

"Eu venho de uma família simples, meu pai foi caminhoneiro, mas ele foi um super empreendedor, ele se desenvolveu empreendendo. Fiz uma carreira diferente porque segui para o lado mais executivo. Mas meu pai tinha uma visão muito humana e isso me influenciou", conta Andrea. "Nunca tive nada de mais, mas nunca me faltou nada, porém acho que tive uma família muito sensível, principalmente para as questões sociais".

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Do corporativo ao social

Formada em Ciências da Computação pela PUC do Rio, depois de obter o diploma, Andrea focou sua carreira em vendas e marketing. Essa expertise foi valiosa quando decidiu dar uma guinada em sua vida profissional e fundar o Instituto Ekloos.

"Vim do mercado corporativo, foram 14 anos trabalhando na HP, mais 5 anos na Microsoft, mas sempre fiz trabalho social. Ia para comunidades nos fins de semana, de sábado pela manhã, e coordenava uma ação social em São Paulo", explica ela.

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Esse voluntariado começou a abrir os olhos de Andrea para outras realidades. "Comecei a questionar um pouco o meu estilo de vida e o estilo de vida das pessoas da comunidade que eu visitava. Meu escritório era maior do que a sala das pessoas, entende? Pensei em como eu poderia fazer a diferença num país que é o sétimo maior do mundo em desigualdade social. É absurdo pensar na concentração de riqueza do nosso país", diz ela.

Andrea cita que 68% dos moradores de favela no Brasil não têm dinheiro para comprar comida, conforme dados de pesquisa recente realizada pelo Data Favela. "Quando a gente olha para esses números, se questiona sobre o que pode fazer. Quando tomei a decisão [de deixar o mercado corporativo], pensei 'ah, vou montar uma ONG para atender 100 crianças'. Mas o impacto seria muito pequeno", conta a empreendedora.

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"Então, decidi criar alguma coisa que poderia multiplicar conhecimento e acesso. Hoje a gente capacita moradores de comunidade, que conhecem as necessidades e problemas de onde vivem. Na prática, se a gente dá a oportunidade para essas pessoas conseguirem mudar sua realidade social, nosso impacto é muito maior do que ajudar algumas pessoas pontualmente", explica ela.

Impactando vidas

Só no ano passado, Andrea e seu instituto impactaram possitivamente mais de 100 mil crianças e jovens em todo o Brasil. Dentre outras ações, o Ekloos ajudou o pessoal da TV Quilombo, no interior do Maranhão, jovens que gastam do próprio bolso em canal e rádio comunitários para ajudar a manter sua comunidade quilombola informada. O projeto foi premiado até em festival de cinema, leia mais aqui.

"No Brasil existem mais de 490 mil ONGs. Tem um grupo de pessoas que estão sensibilizadas pelas questões sociais, mas falta o conhecimento de gestão", acredita Andrea. Por isso, o Instituto Ekloos entra justamente para suprir essa demanda.

"Entramos em programas de 'aceleração social', ou seja, a gente trabalha no longo prazo, de 6 a 9 meses, com os mentores do instituto junto com lideranças sociais para proporcionar conhecimentos de gestão, avaliação de impacto, para que essas lideranças possam multiplicar esse conhecimento nos territórios e, assim, diminuir a desigualdade social", explica.

"O que a gente quer é transformar a imagem da periferia, de violência, e mostrar que podem ser locais inovadores e de criatividade. E isso só acontece com investimento na base da pirâmide", acredita Andrea.

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