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Na contramão: jovens conseguem 1º emprego durante pandemia

Vaga em multinacional surgiu após a realização de cursos de formação oferecidos pelo projeto Vozes das Periferias, que atua em favelas de SP

Virtz|Brendo Silva*, do R7

Mikaelly participou na criação da planta do novo escritório da ONG
Mikaelly participou na criação da planta do novo escritório da ONG Mikaelly participou na criação da planta do novo escritório da ONG

Mikaelly e Herbert estão na contramão dos milhares de jovens que não cosenguem uma colocação formal no mercado de trabalho durante a pandemia do novo coronavírus. Os estudantes da periferia de São Paulo contaram com a ajuda de uma ONG para realizar o sonho do primeiro emprego. 

A jovem Mikaelly Pardinho, de 16 anos, moradora da favela do Haiti, na Vila Prudente, na zona leste de São Paulo, conquistou uma vaga como aprendiz no setor de Recursos Humanos de uma empresa multinacional, após fazer uma série de cursos disponibilizados pela organização Vozes das Periferias, que atua na região.

Mikaelly conta que desde a infância passa por dificuldades devido as condições financeiras. “Eu queria trabalhar porque queria ajudar dentro de casa. Eu venho de uma família humilde e pobre. Passamos necessidades”, enfatiza a jovem.

A adolescente conheceu o trabalho da ONG aos 14 anos, por meio de iniciativas que o projeto realizava dentro da comunidade do Haiti. Mika, como é conhecida, conta que começou a participar de cursos como dança e pintura, além de fazer cursos profissionalizantes nas áreas de arquitetura, informática e administração. Ela também atuava voluntariamente em projetos desenvolvido pelo Vozes das Periferias. “Eles acreditaram em um potencial que nem eu mesma via em mim”.

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Hebert Nascimento da Costa, de 20 anos, morador do bairro Fundação, divisa com a Vila Prudente, ingressou nos projetos da ONG em 2019 e também conseguiu seu primeiro emprego durante a pandemia. "Eu sempre quis a minha independência e também ajudar a minha mãe, ela sempre esteve me ajudando, nada mais justo eu trabalhar para ajudar ela" disse Hebert.

O jovem teve a carteira assinada em uma multinacional e está trabalhando como estoquista. Como Mika, Hebert fez diversos cursos promovidos pela ONG. "Eu comecei fazendo rotinas administrativas, depois fiz informática, programação/empreendendorismo e por último o de promotor de vendas, foi através desse que eu consegui a vaga", enfatizou.

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"Eu tenho vontade de cursar jornalismo, sempre me interessei em ser repórter e em 2021 talvez eu possa, agora que eu estou trabalhando, tendo um pouco mais estabilidade", concluiu o jovem.

As empresas que contrataram Mika e Hebert são parceiras do projeto.

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Vozes das Periferias

Segundo a Coordenadora de Comunicação e Marketing da ONG, Beatriz Inoue, o projeto Vozes das Periferias tem como foco o atendimento e desenvolvimento de crianças e jovens moradores das favelas da região da Vila Prudente. “A iniciativa tem como objetivo fazer a transformação das favelas que, socialmente, tem uma visão marginalizada, em comunidades bem vistas onde o foco não seja o crime e sim o desenvolvimento social dos jovens moradores”, explicou a representante.

A ONG oferece oficinas de esportes e cultura para crianças de 5 a 17 anos. Práticas como futsal, jiu-jitsu e oficinas de dança de rua e pintura, são realizadas em escolas da região, parceiras do projeto. A ONG é responsável, também, por oferecer para adolescentes e adultos, cursos profissionalizantes de jornalismo, arquitetura, contabilidade, entre outros. Eles contam com uma rede de empresas parceiras que geralmente contratam jovens vindos dos projetos de formação do Vozes, como o caso de Mika e Hebert.

O projeto Vozes das Periferias atende atualmente cerca de 3.300 famílias, impactando mais de 13.200 pessoas de 13 comunidades atendidas na Vila Prudente. As famílias contam com doações em dinheiro feitas a partir de campanhas em redes sociais, que são convertidas em mantimentos, como cestas básicas, itens de higiene, entre outros. A iniciativa ainda conta com o auxílio de psicólogos para atender, de maneira sigilosa, vítimas de violência doméstica.

As famílias são cadastradas pela ONG e a distribuição é feita a partir de seleções de prioridade, devido ao período de pandemia. Famílias que tenham crianças e pessoas do grupo de risco têm preferência. As doações são retiradas pelas famílias no escritório da ONG em dias previamente combinados para evitar aglomerações.

*Estagiágio sob supervisão Ingrid Alfaya

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