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Orquestra Parassinfônica estreia neste sábado na Sala São Paulo

No Dia Internacional da Pessoa com Deficiência formação de músicos deficientes apresenta concerto sob a regência de Roberto Tibiriçá

Virtz|Karla Dunder, do R7

Ensaio dos músicos da Opesp (Orquestra Parassinfônica do Estado de São Paulo)
Ensaio dos músicos da Opesp (Orquestra Parassinfônica do Estado de São Paulo) Ensaio dos músicos da Opesp (Orquestra Parassinfônica do Estado de São Paulo)

A Sala São Paulo recebe neste sábado (3), no Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, o primeiro concerto da Opesp (Orquestra Parassinfônica do Estado de São Paulo). A formação reúne músicos com deficiência sob a regência do maestro Roberto Tibiriçá e deve ter uma agenda de concertos para o próximo ano. 

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"Nossa proposta é mostrar que a deficiência não é um obstáculo e também não é sinônimo de incapacidade", destaca Igor Cayres, produtor cultural e idealizador da Opesp. Com mais de 20 anos de experiência em grandes festivais, como o Percpan (Panorama Percussivo Mundial), Cayres viu a mãe, em tratamento contra o câncer, ficar em uma cadeira de rodas. "Ela costumava dizer que a cadeira de rodas não a definia e que tínhamos de montar um projeto de inclusão; ela não viveu para ver a apresentação da orquestra neste sábado, mas, sem dúvida, foi uma inspiração."

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O projeto da Opesp teve início há um ano, com uma análise do setor e a constatação da ausência de projetos que incluam as pessoas deficientes na música.

Os participantes foram selecionados, tiveram aulas de aperfeiçoamento com músicos da Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo) e a apresentação será no palco da Sala São Paulo.

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"Eu quero viver ao máximo este momento, aproveitar o hoje, este é um dia muito especial", conta a violinista Flavia Martins, que tem TDHA (Transtorno do Deficit de Atenção com Hiperatividade) severo e TEA (Transtorno do Espectro Autista).

Sem nenhum tipo de apoio familiar, a jovem começou aprender a tocar violino aos 19 anos. "Demorei muito para andar, falar, tinha dificuldade motora, sofri diferentes tipos de negligência, mas sabia que queria aprender a tocar violino, ouvi da minha mãe que eu não tinha capacidade para isso, mas fui dando um passinho por vez até conseguir."

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O primeiro passo foi entender que o processo de aprendizado dela é diferente. A partitura é composta de muitos símbolos e, para conseguir seguir os tempos corretos das notas, a estratégia foi usar cores diferentes. "Minha meta era aprender a tocar uma música inteira no violino, depois passei para duas e assim fui caminhando."

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Sem a pretensão de integrar uma grande orquestra, a descoberta da Opesp foi por acaso: Flávia viu posts nas redes sociais para as audições. "Eu me inscrevi e, bem na época da primeira apresentação, eu estava com pneumonia e Covid-19, tossia sem parar e tinha de enviar um vídeo", lembra. "Consegui gravar, errei uma nota, fiquei arrasada, mas foi o que consegui naquele momento."

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Aprovada para a segunda audição, Flávia foi até a Sala São Paulo se apresentar. "Eu estava muito ansiosa, não conseguia comer, cheguei muito cedo, era a oportunidade da minha vida."

"Pela primeira vez vi meu nome em uma lista de aprovados; quando começamos as aulas e ensaios, percebi que eles se importavam comigo, se eu estava me sentindo bem; também fui aprendendo a não me comparar com outras pessoas."

"Sei que sou humana, que posso errar, mas este é o meu momento, treinei muito e cheguei aqui sozinha, posso dizer que sou caso de sucesso", conclui.

Programa

Sinfonia em si menor, D. 759, “Inacabada”

I. Allegro moderato

Max Bruch

Concerto para violino nº. 1, Op. 26

I. Vorspiel. Allegro moderato

Violino - Carlos Henrique de Paula Ribeiro

Gabriel Fauré

Pavane, Op. 50

Pyotr I. Tchaikovsky

Andante cantabile (com trompa)

Trompa - Camila Moraes Pereira

Rodrigo Morte

Trindade

Ernst Mahle

Marcha (1957)

Alexandre Guerra

Lembranças para flauta

Ventania

Flauta - Danilo Klem Silveira

Georges Bizet

Carmen Suite (das suites 1 e 2)

I. Prélude**

II. Aragonaise**

III. Intermezzo

IV. Habanera

V. Les Dragons d’Alcala

VI. Final (Les Toréadors)**

Serviço:

Opesp (Orquestra Parassinfônica de São Paulo)

Espetáculo de estreia

Data: 3 de dezembro de 2022

Horário: 21h

Local: Sala São Paulo

Endereço: Praça Júlio Prestes, 16 - Campos Elíseos, São Paulo - SP

Ingressos: R$ 20, na bilheteria

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