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'Vim consertar seu dia': nômade espalha afeto e gentileza em lugares por onde passa

Caio Giachetti, 39 anos, natural de Araras, interior de São Paulo, carrega uma maleta de ferramentas recheada de brigadeiros

Virtz|Alex Gonçalves, do R7*

Há cerca de sete anos, Caio não tem residência fixa
Há cerca de sete anos, Caio não tem residência fixa Há cerca de sete anos, Caio não tem residência fixa

Caio Giachetti, 39 anos, é um rapaz nômade que espalha afeto e gentileza em lugares por onde viaja e faz morada. Há cerca de sete anos, ele não tem residência fixa e vive permanentemente mudando de lugar.

Natural de Araras, no interior de São Paulo, o nômade carrega uma maleta de ferramentas recheada de brigadeiros, mas se engana quem pensa que ele é um vendedor. “Sou da oficina do brigadeiro. Vim para consertar o seu dia”, diz Caio para as pessoas com as quais cruza pelas ruas.

Um vídeo publicado nas redes sociais viralizou. Nas imagens, o rapaz aparece durante uma apresentação. Assista:

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Segundo Caio, a ideia surgiu após a morte do pai dele. “Ele sempre dizia que, antes de você querer aproveitar a vida, deve se consolidar profissionalmente. Mas ele acabou falecendo antes mesmo de se aposentar, e isso foi a chave da mudança em minha vida”, conta.

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Na época, Caio morava em Londres, na Inglaterra, em busca de melhores oportunidades, mas estava infeliz com o rumo da própria vida. Ele vendia brigadeiros pelas ruas londrinas para obter uma renda extra. “Foi quando decidi mudar e ir atrás de um sonho antigo. Eu queria me tornar um mágico”, comenta. “Meu inglês era ruim, mas eu precisava aprender e fui buscar conhecimentos das habilidades de mágica”, conta.

Já morando no Porto, em Portugal, o jovem se se consolidou como artista de rua — mágico —, sempre buscando uma abordagem diferente. Para se manter, Caio continuava vendendo brigadeiros.

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“Estava em frente a uma loja de ferramentas e vi uma caixa azul e comprida. Logo pensei que nela caberiam mais brigadeiros que no pote que eu carregava e, consequentemente, conseguiria vender mais”, explica. Até aquele momento ele não sabia exatamente como faria para chamar a atenção das pessoas com a venda dos brigadeiros.

"Eu queria disseminar a arte, queria que as pessoas levassem mais a sério o ser do que o ter. Escolhi trabalhar com alegria e ver o sorriso no rosto das pessoas", diz animado. "Aí surgiu a ideia de fazer algo que criasse uma ligação afetiva entre meus brigadeiros, as pessoas e eu. E passei a oferecer 20 g de felicidade.”

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O nômade ainda carrega um lema: 'O dinheiro não pode entrar se a alegria tiver de sair'. O rapaz conta com a ajuda da mulher, a fotógrafa Carolina Silva Dias, de 36 anos, que prepara os doces. Para Caio, a mensagem tem que ser maior que o mensageiro. "Fico muito feliz se uma atitude minha muda o dia da outra pessoa, seja com um gesto, um carinho, uma mensagem ou mesmo com o brigadeiro", explica.

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O sucesso é tamanho que o vídeo de Caio inspirou muitas pessoas. O casal decidiu ir além e criou um projeto independente chamado @conexaoeempatia, perfil que mantém no Instagram. O objetivo do projeto é compartilhar experiência com os jovens de comunidades cariocas. 

Durante um ano, o casal passou pelas principais favelas do estado do Rio de Janeiro. Enquanto Carol ensinava as meninas a fazer brigadeiro, Caio orientava sobre técnicas de venda criativa os meninos da região. “Nós íamos às praias, ruas e avenidas cariocas. Não era uma tarefa fácil de realizar, mas tínhamos um objetivo, de transformar a vida de alguém", explica.

O projeto é realizado sem ajuda financeira e conta apenas com a solidariedade das pessoas, por meio de doações. “Já consegui 12 caixas de ferramentas, as quais foram enviadas para os meninos do Complexo do Alemão e assim seguimos”, conclui.

*Estagiário do R7 sob supervisão de Karla Dunder

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