A autora Lakshmi Lobato começou a usar as redes sociais no período de quarentena para alcançar as minorias, como a dos surdos oralizados
DivulgaçãoA autora carioca Lakshmi Lobato, de 43 anos, ficou 22 anos sem ouvir. Após uma infância comum, ela acordou um dia, aos 9 anos de idade, sem audição. Mais tarde, descobriu que a surdez fora uma sequela de caxumba ou meningite. Porém, em 2007, ela entrou para o programa de implante coclear do Hospital das Clínicas da faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), e pôde ouvir novamente.
Sua experiência de vida, primeiro como surda oralizada, depois como usuária de implante coclear desde 2009, inspirou a autora a escrever livros sobre o assunto e a lutar pela pela inclusão dos surdos oralizados. Com a pandemia provocada pelo novo coronavírus, a escritora começou a usar as redes sociais para apoiar os deficientes auditivos, aumentando a conscientização sobre o assunto e promovendo a inclusão desse grupo na sociedade.
“Numa época que se fala tanto em diversidade, em inclusão e em respeito à individualidade, as pessoas precisam conhecer todos os tipos de integrantes do vasto universo da deficiência auditiva, além de respeitar as necessidades intrínsecas e características de cada grupo, sem se sobrepor ou negligenciar as necessidades dos demais. Há espaço suficiente para todos”, diz Lakshmi.
Lives com livros e especialistas
No início de abril, Lakshmi começou a fazer lives legendadas com seus livros, em suas redes sociais. E também mantém um blog sobre o tema da deficiência auditiva, o "Desculpe, não ouvi!". Com o sucesso dessas primeiras lives, ela começou a fazer outros episódios com diversos especialistas para divulgar temas relevantes e conectar pessoas.
"As lives têm servido para esse propósito, conectar as pessoas de forma que elas tenham acesso às informações dos tratamentos da surdez. Saberem mais sobre o implante coclear, explicado por especialistas. Se devem procurar um médico agora, se dá pra esperar passar a pandemia. Se o tratamento segue ou parou. Se existem maneiras de continuar esses tratamentos em casa, etc." explica.