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No mês que reforça a conscientização sobre o câncer de cabeça e pescoço, Cristiano Zanetta é o Batman Brasileiro. Membro convidado da oncologia do Hospital São José (SC) e condecorado pelo Exército Brasileiro, o rapaz há 15 anos realiza ações sociais e motiva pacientes com câncer a enfrentar o tratamento da doença nos hospitais espalhados pelo país
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De acordo com Cristiano, tudo começou após uma promessa que fez ao seu pai, diagnosticado com câncer, que com depressão acabou desistindo do tratamento. "É uma forma de motivar as pessoas a continuarem lutando pelas suas vidas", conta
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“O Batman não tem superpoderes e, mesmo assim, consegue salvar o mundo. Todos podem fazer a diferença e eu faço meu trabalho para motivar o paciente a enfrentar momentos extremamente difíceis, de uma forma corajosa e decidida”, detalha. "Eu decidi realizar a visita nos setores dos hospitais onde não existia acesso ao trabalho social"
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Para o rapaz, muitas histórias machucam, entretanto, o bem que a visita proporciona aos pacientes é algo inexplicável. "Eu já pensei em desistir várias vezes, pelo que encontro, no entanto, o que me motiva é saber que se eu não realizar, não tem ninguém que vai fazer esse trabalho", conta
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Durante o primeiro tratamento de seu pai, conversando com os médicos, descobriu que a depressão está entre um dos estágios do tratamento contra o câncer. “Ao todo, são cinco estágios que o paciente pode enfrentar, sendo a negação, raiva, barganha, depressão e a aceitação. Nosso trabalho é motivar, nesse estágio da depressão, a persistir com o tratamento e mostrar que existe esperança para aquela pessoa”, explica
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Natural de Clevelândia, no Paraná, Zanetta sempre foi muito fã do personagem Batman. Na infância, ele foi diagnosticado com TDAH (Transtorno do Deficit de Atenção com Hiperatividade) e dislexia e encontrou caminhos para superar as suas dificuldades, o que também o motiva a ajudar os outros
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Conforme a SBCCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço), a estimativa do Inca (Instituto Nacional do Câncer) para 2022 é de que podem surgir 36.620 novos casos de câncer de cabeça e pescoço, incluindo, nesse total, os tumores de boca (cavidade oral), laringe e tireoide, como resultado do tabagismo, consumo excessivo de álcool, exposição ao sol sem uso de protetor labial ou infecção por HPV (Papilomavírus Humano)
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Como lição de vida ao longo desses anos à frente das ações sociais, Zanetta aprendeu que as pessoas precisam realizar os seus sonhos. "Quando os pacientes se encontram no processo paliativo, já no leito hospitalar, muitos acabam se frustrando por não terem tentado. Por isso, seja você sempre e não mude seus planos por outras pessoas", conclui. Estagiário do R7 sob supervisão de Karla Dunder