O Dia Mundial do Planeta Terra, comemorado nesta quinta-feira (22), foi criado em 22 de abril de 1970 pelo senador norte-americano Gaylord Nelson. Nesta ocasião, ele liderou um ato pela preservação do meio ambiente, que ocorreu nas cidades de Washington, Nova York e Portland, nos Estados Unidos. O movimento reuniu milhões de pessoas e alertou sobre problemas como poluição, desmatamento e efeito estufa. Aproveitando a data, o R7 conversou com Mariana Vale, professora associada do Departamento de Ecologia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e membro do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU (IPCC), que indicou 7 ações individuais e coletivas para serem praticadas em prol da saúde do planeta
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1 - Mudar hábitos de consumo
Mariana afirma que a cultura do consumo é responsável pela maior parte dos problemas ambientais. De acordo com ela, é necessário reduzir o consumo de maneira geral e evitar ao máximo o uso de materiais descartáveis. A especialista chama atenção para produtos feitos de plástico. "O plástico leva centenas de anos para se degradar e não desaparece [do meio ambiente]. Isso gera a poluição por microplásticos, que está por trás da ameaça de extinção de vários animais, especialmente marinhos", explica. "Além disso, a gente come o peixe contaminado com microplástico, então isso também prejudica diretamente a saúde humana", acrescenta ela
Sam Lion
2 - Usar mais o transporte coletivo ou andar a pé e de bicicleta
Isso ajuda a diminuir a emissão de gases do efeito estufa - como o dióxido de carbono - que causa o aquecimento global e, consequentemente, mudanças climáticas
Uriel Mont
3 - Reciclar sempre que possível
Mariana destaca, novamente, a necessidade de reciclar o plástico. Segundo pesquisa feita pela ONG WWF (Fundo Mundial para a Natureza, em tradução livre) em 2019, mais de 104 milhões de toneladas de plástico irão poluir os ecossistemas ao redor do globo até 2030 se nenhuma mudança acontecer no modo como a sociedade lida com o material. O relatório também mostra que o Brasil é o 4º país do mundo que mais gera lixo plástico
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4 - Não comprar animais silvestres como pets
"O tráfico de animais silvestres tem um papel importante na transmissão de novas doenças entre humanos e animais", frisa a professora da UFRJ. Essa, inclusive, é a hipótese mais aceita por especialistas da OMS (Organização Mundial da Saúde) envolvidos na pesquisa sobre a origem da pandemia de covid-19. "A comunidade científica alertava há décadas sobre a possibilidade de uma pandemia e a relação entre doenças e o desmatamento, sobretudo em florestas tropicais, que têm muitos hospedeiros de vírus. Se a gente não combater o desmatamento e o tráfico de animais, as pandemias serão cada vez mais frequentes", destaca Mariana. De acordo com a WWF, o Brasil é um dos países que mais exporta animais silvestres ilegalmente. O tráfico internacional de animais movimenta mais de 1 bilhão de dólares e comercializa cerca de 12 milhões de bichos. O papagaio é o mais vendido no Brasil e no exterior
Divulgação/Polícia Militar Rodoviária
5 - Comprar alimentos de pequenos produtores, que praticam agricultura familiar
"Tem muito problema ambiental que deriva de questões relacionadas ao agronegócio. Então, é interessante comprar alimentos de produtores locais. Isso diminui o tempo de transporte dos produtos, o que causa menos emissão de gases poluentes", exemplifica. Além disso, esse ato garante renda para famílias que sobrevivem com esta prática
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6 - Informar-se sobre questões ambientais e passar mais tempo em áreas verdes
"É importante ler, se atualizar opinar e apoiar campanhas relacionadas ao meio ambiente", enfatiza Mariana. Ela também aconselha passar mais tempo em áreas verdes, pois isso resulta na valorização da natureza além de contribuir para o bem-estar das pessoas
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7 - Investir em políticas públicas para a conservação do meio ambiente
"Ações individuais são importantes, mas cabe aos líderes governamentais tomarem as decisões certas e criar uma legislação em prol do meio ambiente, que previna, por exemplo, o consumo de materiais descartáveis e garantam o acesso a bons serviços de reciclagem", pondera Mariana. A especialista ressalta que o uso de agrotóxicos precisa ser limitado. "Eles causam problemas de saúde para o homem e não existe uma legislação internacional para regulamentar a utilização desses produtos. Nos últimos anos, o Brasil tem liberado agrotóxicos que já foram banidos da Europa há muito tempo. Isso é muito perigoso", observa
