Um ano depois de aparecer em uma reportagem da RecordTV Minas em que dizia que era rejeitado pelos colegas por conta de uma queimadura que deixou marcas nas costas e na cabeça, o menino Fenando Souza volta para contar o que mudou na sua vida de lá para cá. O garoto ganhou um tratamento nos Estados Unidos e está se recuperando bem.
A mãe do menino, Silvânia Pereira de Souza relembra o que aconteceu
— Ele tinha um ano e três meses, eu tinha fritado pururuca e colocado a panela dentro do forno. Aí, assim que eu entrei no quarto, eu ouvi um barulho. Ele tinha sentado na porta do forno e o óleo virou em cima dele. Eu coloquei ele no tanque de água e, enquanto uma moça estava lá com ele, eu saí gritando pedindo ajuda.
O acidente grave quase tirou a vida do menino, mas Fernando não desistiu e mesmo com ferimentos graves pelo corpo ele conseguiu sobreviver após três meses de tratamento intensivo no hospital. Mas, além de toda a dor física, ele ainda teve que lidar com questões emocionais. As marcas de queimaduras na cabeça, nas costas e nos braços se transformaram em motivo de bullying.
— Ele ficou mais triste a partir do momento que começou a estudar. Ele percebeu que algumas crianças se afastavam dele pelo fato de ele ter queimado. Ele, triste, faz a gente ficar triste também
Em dezembro de 2018, a reportagem da Record TV Minas teve o primeiro contato com a história do Fernandinho. Na época ele tinha uma única reclamação: não ter amigos.
— Eu queria que eles brincassem comigo
Para ele o só existiria uma maneira de mudar essa realidade
— Eu queria ganhar meu cabelo.
Após a reportagem ter sido exibida, eles conseguiram o tão sonhado tratamento. Após alguns exames no Brasil, mãe e filho seguiram para a Califórnia, nos Estados Unidos. Foram três meses por lá entre cirurgias e recuperação.
— Toda semana ele tinha que fazer consulta, fez a primeira cirurgia, depois a segunda e foi tudo muito tranquilo. Fomos bem acolhidos, o pessoal tem muito amor ao próximo. Eu tinha certeza que, assim que passasse a reportagem alguém iria ajudar.
O tratamento ainda vai durar mais um ano, quando outras etapas deverão ser cumpridas. Segundo a mãe da criança, o filho voltou para casa com o estado emocional renovado, cheio de esperança e ânimo para encarar a escola e fazer novos amigos.