Sandra descobriu o câncer no fim do ano passado, em plena pandemia
Divulgação/Arquivo PessoalNesta sexta-feira (1º), começa novamente o Outubro Rosa, movimento internacional de conscientização para a detecção precoce do câncer de mama, doença que ainda assusta e acomete muitas mulheres no Brasil e no mundo. Sandra Aparecida Campos, de 55 anos, é uma das brasileiras que estão na luta contra essa doença.
Hoje aposentada, Sandra trabalhou durante 30 anos num hospital, como cozinheira, finalizando sua trajetória profissional na área administrativa. Em outubro do ano passado, em plena pandemia de Covid-19, ela recebeu o diagnóstico do câncer de mama. Agora, à espera da cirurgia, procura manter a positividade, apesar do medo e da insegurança, para enfrentar a batalha de cabeça erguida e com um sorriso no rosto.
“Meu mundo caiu, mas eu me levantei rapidinho. Eu acredito muito em Deus. Dá mais trabalho desistir do que tentar”, diz ela, em entrevista ao R7.
Sandra preferiu raspar o cabelo de uma vez a ter que lidar com sua queda gradual
Arquivo pessoalO diagnóstico precoce é uma das chaves para o sucesso no combate ao câncer. Desde o início da pandemia, mastologistas e pesquisadores da Sociedade Brasileira de Mastologista (SBM) têm alertado sobre o impacto que o isolamento social poderia causar no rastreamento periódico das mulheres, assim como no tratamento das pacientes de câncer de mama.
Sandra descobriu seu câncer quase por acaso. "Estava passando na TV uma propaganda sobre o autoexame, então toquei na mama direita e senti o nódulo", conta Sandra, reforçando a importância do autocuidado. Foi por causa dessa percepção que ela logo procurou um médico.
Agora, passado mais de um ano e meio do início da pandemia, um novo estudo da SBM aponta que o número de mamografias realizadas em 2020 foi 42% menor que o ano anterior, em todo o país. Por isso, campanhas como o Outubro Rosa trazem à tona o incentivo para as mulheres realizarem exames para ajudar na detecção e rastreamento do câncer de mama.
A aposentada fez um lindo ensaio de fotos após se tornar uma "careca assumida"
Arquivo pessoalO medo inicial de Sandra deu lugar à coragem para iniciar o tratamento o mais rápido possível, etapa nem sempre fácil para a maior parte das pessoas. "É terrível. Ficar sem cílios é pior que perder o cabelo. Eu sinto mais falta dos cílios do que do cabelo. Eu sou uma careca assumida", relata Sandra.
Além da questão estética, que mexe com a autoestima de qualquer uma, o tratamento também tem outros impactos e é preciso ter paciência para dar conta do recado. "Eu não tenho mais coordenação motora pra colocar [lenço e peruca], então me assumi careca", conta ela.
Sandra procura manter a positividade, e a fé tem sido um apoio fundamental em todo o processo. "Sem Deus não tem como viver. Eu gosto muito de viver e a tentativa de ser feliz depende só de nós. A quimioterapia me maltratou muito, mas estou de pé", garante a aposentada.
Para as mulheres que, hoje, se encontram na mesma situação que ela, Sandra é enfática: "Não desistam. É difícil, mas vale lutar, sempre."
*Com a colaboração de Amanda Binato, da Record TV
Confira o ensaio de fotos feito por Sandra após se tornar uma "careca assumida":