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Publicitário agradece a doador desconhecido por transplante

Em Ribeirão Preto (SP), homem de 34 anos necessitava de uma córnea afetada pelo ceratocone, doença que atinge membrana do olho

Virtz|Cesar Sacheto, do R7

Wandrei Silva usou redes sociais para homenagear doador de córnea
Wandrei Silva usou redes sociais para homenagear doador de córnea Wandrei Silva usou redes sociais para homenagear doador de córnea

O publicitário Wandrei Silva, de 34 anos, viralizou nas redes sociais depois de postar uma mensagem de agradecimento a um doador desconhecido após realizar um transplante de córnea. A publicação gerou uma onda de solidariedade que surpreendeu e emocionou o homem transplantado — já em fase de recuperação da cirurgia.

Wandrei é portador de ceratocone, uma doença na qual a membrana que protege o olho se torna mais fina e curva, atinge a córnea e faz com que as pessoas vejam imagens borradas, distorcidas, sem foco ou até duplicadas. Após receber o diagnóstico, em 2018, ele entrou na fila para o transplante, realizado no Instituto da Visão de Ribeirão Preto (SP), onde mora.

Leia também: Doença ceratocone é responsável por 70% dos transplantes de córnea no Brasil

A cirurgia ocorreu no início de dezembro e foi bem-sucedida. Porém, ainda no leito do hospital, em recuperação, Wandrei sentiu a necessidade de enviar uma mensagem que explicitaria o sentimento de gratidão por uma pessoa que havia tido um gesto tão importante para a sua vida, apesar de totalmente desconhecida.

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"Não tive a informação do doador. Na segunda-feira [9 de dezembro], teria feito sete dias que a pessoa faleceu. E foi aí que escrevi o texto. Não sei se posso saber, mas gostaria de conhecer a família, dar um abraço, agradecer. E dizer que vou fazer o melhor. Enxergar o bem na vida das pessoas", enfatizou o publicitário.

Hoje faz sete dias que você partiu e cinco que recebi sua córnea. Não sei seu nome, não sei seu sexo, sua cor, sua...

Posted by Wandrei Silva on Monday, December 9, 2019

A postagem, inicialmente pensada para, além de agradecer ao doador, atualizar amigos e familiares sobre o seu estado de saúde, teve diversos compartilhamentos e milhares de visualizações. "Agora, estou recebendo muitas mensagens de pessoas transplantadas, outras que precisam de transplante, algumas perguntando se a córnea [recebida] era do filho que havia falecido. Não estou dando conta de responder mensagens", revelou.

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Descoberta da doença

Segundo Wandrei, o problema nas córneas foi detectado em meados de 2016, durante a realização de exames de rotina para o tratamento de miopia e astigmatismo. "A minha vista tinha se alterado. Procurei um especialista que pediu exames. Deu [diagnóstico] nos dois olhos, mas com grau avançado no esquerdo", contou. Eu vejo duplicado. No exame oftalmológico, por exemplo, nunca consigo dimensionar as letrinhas, por causa da ceratocone", complementou.

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Desconfiado do parecer, o publicitário decidiu procurar outros especialistas para confirmar o resultado. As respostas o levaram para o mesmo caminho e a indicação inicial para corrigir a deficiência visual seria a colocação de uma lente rígida, própria para casos de ceratocone, com o objetivo de estagnar o avanço da doença — que não tem cura. "Coloquei as lentes, mas era impossível de usar, porque machucava muito. Desisti de ir ao médico, mas a visão piorou", relembrou.

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Ainda sem uma solução para o problema, Wandrei retornou ao médico, aproximadamente um ano depois. E foi orientado a utilizar um Anel de Ferrara, implante popularmente conhecido como anel corneano (uma órtese feita com polimetilmetacrilato e acrílico rígido que é colocada dentro da córnea para corrigir a sua curvatura.

"[O anel] Fazia com a minha córnea, que era pontuda, voltasse ao formato redondo. Só que comecei a ver halos [fachos] de luz. Isso que incomodava para dirigir à noite e era complicado para assistir tevê. Então, teríamos que fazer um transplante na vista esquerda. Entrei na fila em maio [deste ano].

Futuro

O publicitário precisa aguardar a recuperação completa da visão transplantada para iniciar o tratamento no olho direito. Segundo médicos, seria utilizada uma técnica chamada de crosslinking da córnea — um tratamento cirúrgico desenvolvido com a finalidade de aumentar a resistência e a estabilidade da membrana.

Wandrei ainda não tem previsão para retornar ao trabalho — ele atua na área de marketing odontológico —, mas já pode realizar algumas tarefas domésticas e também se expor ao sol. "Posso ter exposição à luz, mas de acordo com a minha capacidade [sensibilidade]. Já tirei o tampão [do olho operado]. Ando com óculos de sol", explicou.

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